A escolha do presidente eleito Donald Trump para liderar o Departamento de Segurança Interna (DHS) e sua agência de desastres disse que as pessoas não estão provocando o aumento das temperaturas e recusou aceitar fundos federais para preparação contra desastres enquanto governadora de Dakota do Sul.

Trump nomeou a governadora Kristi Noem, de Dakota do Sul, para comandar o DHS, que supervisiona a Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (FEMA) em um momento em que os danos causados por eventos climáticos extremos estão aumentando. A FEMA distribui bilhões em ajuda para desastres anualmente e é responsável pelo maior programa de seguro contra inundações nos EUA.
Noem, no entanto, desconsidera a ideia de que as pessoas estão causando o aquecimento global. Quando questionada em março de 2022 se acredita que o clima está mudando, Noem respondeu: “Acho que a ciência é variada e não me foi provado que o que estamos fazendo está afetando o clima”.
Ela é uma das cinco governadoras que recusaram subsídios oferecidos pela EPA para que cada estado enfrentasse a poluição climática. Dakota do Sul também foi o único estado a recusar um novo programa de US$ 4 bilhões do Departamento de Energia para oferecer reembolsos a cidadãos por melhorias de eficiência energética em suas casas.
Recusa de subsídios e críticas de gestão
A senadora estadual Linda Duba, de Dakota do Sul, comentou que esses fundos poderiam ter ajudado a reduzir os custos de aquecimento e refrigeração para muitos cidadãos. No entanto, Ian Fury, porta-voz de Noem, justificou a decisão, dizendo que “o financiamento federal frequentemente vem com restrições” e que “mais disso muitas vezes não é uma coisa boa”.
Noem também não solicitou a maior parte dos recursos oferecidos pela FEMA entre 2021 e 2023 para projetos de resiliência. Dakota do Sul recolheu apenas US$ 1,3 milhão dos US$ 3,6 milhões disponíveis.
Ela também enfrenta críticas por sua resposta a enchentes graves no estado em 2023. Noem foi criticada por não ativar a Guarda Nacional de Dakota do Sul durante as enchentes e por viajar para Tennessee para um evento político durante o desastre. Em resposta, ela alegou que os custos de ativação eram altos e que as autoridades locais não solicitaram a assistência.
Posição sobre mudanças climáticas e papel no DHS
A postura de Noem contrasta fortemente com o atual secretário do DHS, Alejandro Mayorkas, e a administradora da FEMA, Deanne Criswell, ambos servindo sob Biden e que enfatizaram os danos crescentes causados por furacões, incêndios florestais e inundações, que associam às mudanças climáticas.
Noem já se juntou a ações judiciais para contestar algumas iniciativas climáticas do governo Biden, incluindo uma regra da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) que exige que empresas divulguem riscos relacionados ao clima. Ela também se opôs ao cálculo do “custo social” das emissões de carbono, um critério que permite a criação de regulamentações climáticas mais rigorosas.
Pandemia e política de “respeito”
Noem ganhou atenção nacional durante a pandemia por manter os negócios de Dakota do Sul abertos. Ela foi a única governadora a recusar benefícios federais adicionais de desemprego oferecidos por Trump.
No livro “No Going Back”, publicado este ano, ela descreveu a pandemia como um evento transformador e criticou as medidas de controle, argumentando que “o maior risco para os americanos era serem controlados”.
Na nova função, Noem deve focar principalmente em questões de fronteira e imigração, mas seu ceticismo sobre mudanças climáticas e sua abordagem de liderança rigorosa podem impactar como o DHS e a FEMA abordam desastres relacionados ao clima.